Socorro Santana
Onde moro? Não sei! Vivo rolando
Nos declives sem fim de minha vida!
Se estou aqui um vácuo se interpõe,
Se fico lá me sinto entristecida!
E neste vai e vem que se repete
Fico sempre num beco sem saída!
Aqui meu grande amor deixo sozinho
No jugo da saudade e solidão!
Lá os filhos queridos que reclamam
Meu aconchego, minha proteção
E eu, nesta jornada vou sentindo,
Dilatar-se minh´alma e coração!
“Não sei se vou, não sei se fico!”
Digo tal qual ao Martinho da Vila
Na toada que hoje popular
Deleita-me bastante ao ouvi-la
E dela tiro conclusões propícias
A minha vida tosca e intranqüila!
Coloco meu dever além de tudo!
Além da música, além da poesia!
Ser mãe e ser esposa eis o meu prêmio
Que ouso conquistar feliz um dia,
Quando vir terminada esta jornada
De lutas, de martírio e de agonia!
E deste falso mundo de ilusões
Onde sonhei vencer no seu transporte,
Só levarei decepções frementes
Que culminaram sim a minha sorte,
Pois ao poeta cabe a triste sina:
Só ser glorificado após a morte!
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